Como projeto, o Engenhoca já existe há algum tempo, inspirado inclusive em eventos mais antigos, como o Geringonça, do Sesc Tijuca, concebido pela equipe do Sesc pra funcionar como uma janela pra novos talentos. Mas o evento engrenou mesmo quando o frontman/guitarrista/cantor/apresentador Wagner José decidiu apresentar o projeto Novo Bando à equipe. A ideia de um projeto audiovisual surgiu para dar suporte à sobrevivência de sua banda Wagner José e Seu Bando que leva um som que ele admite não estar na “crista da onda”: um pouco dos “bons e caquéticos Rock & Blues”, como se definem no MySpace. “O Novo Bando era um projeto de TV, algo como um programa de auditório. O Sesc gostou da ideia e eles me chamaram pra tocar o barco do Engenhoca, acharam que eu tinha o perfil da coisa”, conta Wagner. Hoje, o programa Novo Bando tem espaço no canal 6 da NET, que deve exibir, inclusive, a entrevista feita pra essa matéria, enquanto rolava música no palco do Sesc.
Num cenário em que eventos de bandas covers se proliferam e lotam clubes, o Engenhoca se destaca por valorizar o trabalho autoral das bandas, geralmente deixado na gaveta para abrir espaço no repertório pras canções consagradas, aquelas que costumam animar mais o público. Apesar de exigir dedicação e tempo pra elaborar os eventos, que acontecem todo último sábado do mês, estar à frente do Engenhoca não impede Wagner José de continuar a tocar Seu Bando, pelo contrário. “Pra mim, isso é muito bacana, porque além de ter a minha banda, também faço esse papel de agente divulgador de novas bandas. Isso só engrandece meu trabalho, as pessoas acabam associando minha imagem ao evento”, conta Wagner.
Sábado: dia de Engenhoca
No último sábado, 28, rolou Engenhoca lá no Sesc e o Guarda-Chuva estava lá, claro. A maioria das apresentações, talvez até refletindo o cenário cultural do underground carioca, era de bandas de rock, mas o desavisado que estivesse por lá ia se surpreender ao ver a banda XL ser sucedida pelo grupo de dança Reflexos, não sem antes abrir o espaço pro jovem poeta Vinícius. O show, liderado pela vocalista Gisele (sacaram a jogadinha dos nomes da banda e da vocal?), deu certo e envolveu o público que, apesar de sentado, interagia com a galera no palco. A única surpresa foram as músicas em inglês, não custava nada dar um valorzinho à nossa língua natal. Salvaram as linhas de bateria e a harmonia no povo das cordas, que mandaram muito bem.
No final do show, o lado animador de TV de Wagner José se permitiu uma minientrevista com Gisele, ainda no palco, que falou das músicas próprias, do seu projeto da rádio online e de seu estúdio, instalado num inusitado trailer.
Enquanto o pessoal da XL guardava os equipamentos, era a vez do poeta Vinícius se expressar. “Certeza” era o tema da poesia. Antes de começar ele pede: “seria legal ter a atenção de vocês pra ouvir essa obra...”, mas completa: “ou não, vocês que sabem”. O público parece escolher a segunda opção, mas de qualquer forma, a apresentação de poucos minutos é registrada pela câmera do Novo Bando, que não perde nada.
Era hora de dançar. O espaço dado ao grupo Reflexos foi o mesmo das bandas, cerca de meia hora. O grupo dançava ritmos brasileiros, terminando ao som do clássico “Suíte dos Pescadores”, de Doryval Caymmi. Relaxante, uma sensação de contraste com o som meio pós-grunge da XL. Os aplausos foram os mesmos.
Vale a pena abrir o guarda-chuva para: Wagner José e Seu Bando
1 comentários:
Salve Salve,
Vi a matéria sobre a matéria do Engenhoca no O Novo Bando deste domingo. Com isso fiquei sabendo a existência do guarda-chuva.
Sendo assim, passarei a acompanhar o blog para saber das novidades.
Abraço,
Márcio
http://www.profusaosonora.com
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