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"Estou na Garagem do Faustão"

“Cinthia, já viu minha música? Estou na Garagem do Faustão.” Há alguns meses, Vitor Dulfe, 27 anos, músico, compositor e webdesigner do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), local onde eu trabalho, me enviou o link para o vídeo que ele postou no concurso promovido pelo programa Domingão do Faustão. Assim, quando surgiu a proposta do Guarda-Chuva Cultural, interrogando o que caberia sob minha sombrinha rosa e rendada, logo lembrei de algumas pessoas - entre elas, Vitor. Afinal de contas, não é em qualquer local de trabalho que a conversa paralela gira em torno de novos shows, estúdios particulares e inclui frases como “sabe aquela música que eu estava fazendo?”

Confiram agora a entrevista com o concorrente à Garagem do Faustão. E aí, será que ele conquista o público?

Guarda-Chuva Cultural - Quem é Vitor Dulfe?
Vitor Dulfe - Como profissional, levo tudo na seriedade, sou muito perfeccionista. Música é o trabalho da minha vida, então tem que estar perfeito. E eu só trabalho com arte. Se não é música, é imagem.

GCC - Como surgiu seu interesse pela música?
VD - Na minha família não tinha músico. O único que eu soube, que tocava muito bem um violãozinho, era o avô da minha avó. Eu morava em um lugar muito pobre, em um morro de Guadalupe. Num lugar como esse, não tem acesso à música, teatro, cinema, nada. Então foi uma coisa meio predestinada mesmo.
Descobri a música de uma forma engraçada. Na minha época, as crianças tinham um estojo que vinha com um tecladinho. Eu, com seis anos de idade, assistia propagandas e tocava os jingles no estojo, de ouvido. Minha mãe achou isso legal e começou a investir. Fiz aulas de piano clássico dos 8 aos 11 anos de idade. Eu sempre tive muito jeito. Meu irmão mais novo, por me ver tocando, também queria aprender algum instrumento. Ele fez aulas de bateria, flauta transversa...só de observar, eu aprendia também. Pra você ver como é aptidão mesmo.

GCC - Você chegou a montar alguma banda infantil nessa época?
VD - Não foi possível montar uma banda. Todo mundo queria ficar na rua soltando pipa, enquanto eu era “o” diferente. Por isso, eu larguei a música por um bom tempo. Até que fui para São Gonçalo.

GCC - Por que São Gonçalo?
VD - São Gonçalo é conhecida como a cidade dos músicos. Até por coincidência, São Gonçalo é um santo músico. Lá, em cada esquina, você encontra um músico. Aí me apaixonei pela cidade. Lá, eu fiz dois amigos, o Márcio e o Marcelo, que tocavam violão. Por acompanhá-los, voltei para a música e comecei a aprender com eles a tocar violão, lendo revistinha cifrada.

GCC -Quantos instrumentos você toca?
VD - Profissionalmente, eu toco violão e guitarra. Mas sou também clarinetista. Toco teclado, piano...mas música não é que nem bicicleta, né? Sem prática você esquece. Eu lembro apenas o básico do piano. Além de cantar.

GCC - Que diferente! Clarinetista?
VD - O engraçado é que clarinete é um instrumento clássico, né? Aprendi esse instrumento porque queria fazer um segundo grau legal, mas a minha família não tinha condições para pagar um bom colégio. Então corri atrás de alguma escola que tivesse uma banda e pudesse me ensinar algum instrumento clássico – sabia que tinham escolas que davam bolsas de estudos. Então entrei para a Escola Municipal Castelo Branco, que tinha uma orquestra de graça. Estudei seis meses lá para aprender clarinete. Depois disso, fiz um teste para um colégio particular de São Gonçalo e passei com bolsa de 100%. Fiz todo o segundo grau de graça. Eu pensei: é o dom que eu tenho, a facilidade que eu tenho, então vou explorar isso para ter um bom estudo.

GCC - Você também fez propagandas, não é mesmo?
VD - Já fiz jingle para empresas...eu gravava todas as vozes, da grave à aguda. É legal por desenvolver diferentes estilos de trabalho vocal. Às vezes tinha que fazer uma gravação engraçada, como uma propaganda para supermercado, em outras uma coisa mais séria...Ali você tem que ser um cantor e ao mesmo tempo um personagem. Mas tem muito tempo que eu não faço. Na época, eu tinha 20 anos. Ganhava mais tocando que produzindo jingle.

GCC - Com que idade começou a tocar profissionalmente?
VD - Comecei profissionalmente como músico aos 17 anos. Uma cantora precisava de um violonista pra tocar na noite e comecei a acompanhá-la. Nisso, um músico vai conhecendo o outro, convidando para tocarem juntos e assim vai. Até que me tornei profissional e montei a minha banda, aproveitando os contatos que eu já tinha quando fazia violão e voz.

GCC - Qual a sua banda atual?
VD - Atualmente, estou na banda Kárdia, formada há pouco tempo em parceria com um amigo. O Gláucio (Nunes, vocalista) estava saindo da Quark e eu desmontando a minha, chamada Radar, que durou sete anos. Nós tocamos juntos em uma banda anterior e todos sempre elogiavam nossa parceria. Tivemos então a idéia de montar de novo a nossa banda. Chamei dois caras que conheci num freelancer há sete anos e queriam trabalhar comigo. Ficou perfeito agora, é o trabalho dos sonhos. Essa é a Kárdia.

GCC - O que significa Kárdia?
VD - É uma invenção minha. Como 90% das minhas são românticas, eu queria um nome que fosse ligado a sentimento. Kárdia é uma palavra grega, do período antes de Cristo, que significa coração. Hoje representa uma área próxima ao estômago ou algo assim. Mas antes era coração o que, para mim, é como música: sentimento, tempo, pulsação, ritmo.
Kárdia é sentimento, que é o que eu componho.



GCC - Qual a formação da Kárdia?
VD - Gláucio Nunes, no vocal; Diogo Feitosa é o baterista; Cadu Evans, baixista; Rodrigo Pelot na guitarra e eu, Vitor Dulfe, no violão, guitarra e vocal.

GCC – Em quantas bandas você tocou?
VD - Já toquei em 4 bandas, fora participações freelancer.

GCC – Quantas músicas já compôs?
VD - Devo ter umas cinquenta músicas. Isso porque é esporádico. 90% das músicas que faço contam sobre a minha vida. Mas de maneira abstrata, para que ninguém entenda exatamente o que está acontecendo.

GCC -Por que você prefere tocar com banda, em vez de investir apenas na carreira solo?
VD - Todo mundo fica perguntando porque eu não faço só violão e voz. É porque eu não gosto de tocar sozinho. Posso estar cantando e tocando, mas vou chamar um baterista. Ou eu só toco e arranjo alguém para cantar. Sou carente (risos).

GCC – Então por que resolveu se inscrever na “Garagem do Faustão”?
VD - Eu me dediquei muito à Radar, vivi para ela o tempo inteiro. Mas nunca me vi como cantor. Quando eu saí da banda, fiquei sem chão, sem ter com quem tocar. Fazia um “freela” o outro, mas não tinha a identidade de uma banda. Até que as pessoas começaram a perguntar “por que você não investe no vocal?”
A minha primeira manifestação como cantor foi a inscrição na primeira edição de “Ídolos”. No fim das contas, entre todos os amigos que se inscreveram, apenas eu passei nas três primeiras eliminatórias. Mas na quarta fase achei tão ridículas aquelas seleções, com gente indo fantasiada, cantando feito idiota e passar, que eu não fui mais. Achei uma babaquice.
Três anos depois veio a Garagem do Faustão. Fiz a inscrição com meu trabalho solo, porque tenho muita música romântica além das pop’s. É tanta gente falando para eu gravar um CD que resolvi fazer isso. Tenho um estudiozinho em casa e gravei as músicas com violão e voz. Fiz todas as vozes e violões. Ficou a minha cara. Ainda estou gravando, vamos ver se a gente fecha um cd aí.

GCC – “Ídolos”, “Garagem do Faustão”... Quais as suas expectativas ao participar desses programas?
VD - Eu não espero nada da Garagem do Faustão. A inscrição foi por influência da minha família, que me dá o maior apoio. Mas eu me decepcionei muito com o programa. Porque o que ganha são as palhaçadas, enquanto tem muita banda com um trabalho sério - e eu não estou nem falando da minha, tem muitas bandas melhores. Por isso eu nem acompanho. Apesar de tudo, acho que é uma vitrine bacana. Tanto que uma cantora participante do programa vai ter uma música na novela. E isso eu acho bacana, porque todo mundo fala que minha música tem cara de novela.
O importante é abrir a porta da mídia e depois manter. Se eu puder fazer isso com meu trabalho solo, depois consigo abrir outra para minha banda, que é meu objetivo.

GCC – Quais são suas influências musicais?
VD - Gosto muito do rock inglês e irlandês. Muitas das bandas que eu curto não são nem conhecidas no Brasil. Sou um caçador de músicas novas, ouço muito a rádio de outros países pela internet. O Som da Kárdia, inclusive, é um pop muito parecido com o lá de fora - não tanto com o daqui. Não é uma banda “emo” ou “Paralamas” (do Sucesso). Está mais próxima de U2, Nine Days, Fuel.

GCC - O que é fama pra você?
VD - Eu não quero fama. Quero meu trabalho reconhecido. Como a Marisa Monte, Nando Reis e Zélia Duncan, que não precisam aparecer na televisão para isso.
Eu quero ter sucesso no meu trabalho. Ter fama seria ótimo, eu ia adorar dar autógrafo, ter a mulherada em cima (risos)... Mas não faço questão desse alarde. Eu gostaria de poder viver do meu talento.


GCC – O que você faria se fosse famoso?
VD - Se um dia eu fizesse um show e visse todas aquelas pessoas cantando a minha música, eu não ia agüentar. Teria que sair do palco e choraria de emoção. Mas não faço questão nenhuma de aparecer no Faustão. Queria sim, que minha música tocasse nas rádios.
Se bem que não existe banda com músicas conhecidas que seja “anônima”. Ainda mais que no caso da Kárdia. Nosso trabalho é muito pop, o que poderia alcançar de forma fácil todas as classes. Então estaria no Faustão, no Gugu, nesses programas todos. Mas isso é conseqüência.

GCC - O que a música representa pra você?
VD - Se eu pudesse, viveria apenas de música. Entretanto, quero ter meu carrinho, ter meu dinheiro para o fim de semana. Viver de música é muito instável e complicado. Eu estou numa época fantástica. Mas tenho amigos músicos que às vezes estão ótimos financeiramente e em outras sem ter onde trabalhar.
A música é uma cultura universal, não tem quem não goste de música.

GCC - O que é cultura?
VD - A cultura depende de onde você está, dos costumes, regiões. Cultura é tudo. É adaptação ao lugar onde você vive.

GCC - Mainstream ou Underground?
VD - Meu trabalho é totalmente comercial. São letras fáceis, refrões fáceis, totalmente vendáveis. Mas bem-feito. Tanto meu trabalho solo quanto a Kárdia. Não há duvidas.

GCC - No Guarda-Chuva de Vitor Dulfe cabe...
VD - Nine Days é uma ótima banda pop inglesa, que era pra estar tocando por aqui.
Outra banda que gosto muito e influenciou demais o meu trabalho chama-se Vertical Horizon. Essa é a banda que deu o empurrãozinho para criar o meu trabalho e definir meu estilo musical.


Quem tiver se interessado em conhecer mais sobre a banda KARDIA pode conferir algumas músicas no Trama Virtual ou dar uma passadinha no My Space. O Vitor só contou dias depois da entrevista que está com a galera do KARDIA no concurso "Olha a minha banda" no Caldeirão do Huck. Nessa brincadeira, ele assume o vocal.

Depois vem contar pra gente o que você achou.

E aí? O que cabe no seu guarda-chuva?

Os Desabefes da Mulher Vitrola

ATENÇÃO: Se um dia estiver navegando na internet e deparar com poás, pin-ups, cerejas, laços, musiquinhas antigas e uma aura magenta, não se impressione. Você está no blog da Mulher Vitrola.

“Mãe, conheci a Mulher Vitrola!” Um dos depoimentos no perfil do Orkut da blogueira Renata Keyko Montenegro, 24 anos, já aponta o sucesso que a marca de sua loja virtual de acessórios femininos faz a quase dois anos na web. Com forte tendência pin-up, os laços, pulseiras, cordões, brincos e bolsas “Mulher Vitrola” tem uma clientela fiel e assídua, que, como no depoimento, contribuem para a confusão entre criador e personagem. Renata é a personificação de sua marca. Mignon, os cabelos num legítimo Chanel, com base desfiada, e maquiagem impecável: delineador, blush rosado e batom vermelho. Combinamos nossa conversa em uma galeria no Arpoador, próxima à temakeria onde trabalha. Rê chega alguns minutos atrasada, pede desculpas, e desata a falar do trânsito, horrível. O 125 pára realmente em todo ponto de Copacabana, um absurdo, não acha? Além disso, Eugênio, o marido-gastrônomo, está viajando. A mãe de Pedro, 3 anos, precisa então se desdobrar nesta semana: além dos cuidados com o rapazinho, começou há pouco tempo um curso de webdesign, que vai durar pouco mais de um ano. Até lá, o horário de trabalho entre um sushi e outro continuará ingrato. Até as duas horas da manhã.

- Que tal começar a entrevista com um lanche?, pergunto.
- Sim, estou faminta. Um pão de batata e um mate, por favor.

Renata usa um vestido preto, echarpe ocre de algodão e bolsa com estampa de super-heroínas. Fica impressionada com o banco que escolhemos, feito de material reciclado. “Adorei”, afirma categoricamente. Estamos próximas de um estúdio de tatuagens, com diversas fotos na entrada. Comento sobre as imagens e pergunto sobre as tatoos que ela fez. São duas: um coração old school com o nome do filho, no braço direito, e duas cerejinhas com um laço, na panturrilha direita. “Ainda quero fazer mais”, promete. Segundo Renata, as cerejas são quase um símbolo. “As pessoas vêem estampas, desenhos com cereja e contam que se lembram de mim. Fico lisonjeada! É muito bom saber que as pessoas reconhecem o meu estilo.”

Estilo é algo que Renata conta ter desde criança. No Ginásio (atualmente, o período compreendido entre o 6° e o 9° ano do Ensino Fundamental), Rê foi sempre aquela amiga que inventava moda. Lembram que há alguns anos os anéis transparentes de acrílico eram febre entre adolescentes? O de Renata era colorido, com bolinhas. Feitas com esmalte. “As meninas queriam um anel igual! Mas ao mesmo tempo em que elogiavam minha criatividade, não tinham coragem para usar as mesmas roupas, acessórios. Coisas que eram tão normais pra mim! Foi quando eu percebi que pensava diferente da maioria das pessoas e decidi fazer algo relacionado à moda.” Ela cursou dois meses de Produção de Moda na FAETEC. Infelizmente, precisou interromper o curso.

Admiração

- Alguém que eu olho e digo “sou eu!” é a Fernanda Young. Ela é minha inspiração, em tudo: tatuagem, estilo, cabelo, maquiagem...

Se, por um lado, a apresentadora influencia o lado moderninho de nossa blogueira, a influência retrô no visual de Renata Keyko é anterior ao resgate dessa tendência nas passarelas e books virtuais. “Para mim foi uma surpresa, pois até alguns anos atrás, eu não tinha acesso à Internet. Quando eu vi, ‘nossa, tem gente com o mesmo gosto que eu!’. Mas só contribuiu para proporcionar mais conhecimento, porque eu já gostava”, explica, emendando uma gíria antiga: “Internet é informação à balde, né?”

Foi através da Internet que Renata descobriu também a expressão que melhor a caracteriza. Neo-retrô. “Foi como uma amiga ‘virtual’ me definiu certa vez. Porque misturo roupas atuais e peças com pegada retrô.” As pin-ups são também uma referência para o estilo e os acessórios Mulher Vitrola. “Elas resgatam a feminilidade de maneira sensual, sem cair na vulgaridade”, acredita a blogueira, que prefere as pin-ups que fazem alusão ao universo doméstico.


ABRE ASPAS: - Eu sou a Mulher Vitrola mas não tenho nada de doméstica! É só a imagem mesmo. Meu marido viajou e eu fiquei à base de miojo! Sou a Mulher Vitrola que não sabe cozinhar! Todo dia, MIOJO! Que vergonha, miojo... - FECHA ASPAS

Músicas e filmes também inspiram Renata. Exemplos? The Strokes, bandas antigas e alternativas, Blondie, uma pitada de Punk e a “exuberância do New Wave”. Entre as produções cinematográficas, ela cita duas: Funny Girl e Bonequinha de Luxo, que é um ícone. “Sempre que eu assisto fico super inspirada. Sempre gostei e assisto filmes antigos. Não é por causa da Mulher Vitrola. A minha mãe diz que nasci na época errada”, afirma, às gargalhadas.


Porta-make Mulher Vitrola

* Pausa para o papo-cabeça (?)

Guarda-Chuva Cultural - O que é moda para você?

Mulher Vitrola - Eu vejo a moda como uma maneira de se expressar. No meu caso, por exemplo, não quero passar desapercebida. Eu gosto de chamar a atenção. Não que eu saio já pensando nisso. É natural. As pessoas comentam, “nossa, como ela é diferente, como ela é fashion...” Para mim, minha forma de vestir é normal. Embora eu tenha consciência de que para muitas pessoas não é tão comum assim.
No fim das contas, moda é expressão mesmo. Você acaba tentando passar para as pessoas o que você é.

GCC - O que é fashion?

MV - Originalidade. Isso é superfashion. Não no sentido de ser totalmente diferente, mas de saber expressar o que você é, por originalidade mesmo, não por fardo.

GCC - Moda é futil?

MV - Não acho. Ser totalmente escravo da moda chega a ser fútil, mas cada pessoa tem um conceito diferente...
Se expressar não é futilidade, porque existem diferentes formas de expressão, como a arte, a música... moda é uma delas.

GCC - Podemos dizer então que moda é cultura?

MV - Eu acho que sim. Porque a cultura é desenvolvida a partir de expressões artísticas e sociais de determinado povo ou pessoa. Está muito relacionada com o querer mostrar, expressar ou marcar um fato.
Moda é a expressão de uma pessoa para outros. Até mesmo se você analisar o comportamento da sociedade em décadas anteriores, é possível identificar determinado período pela roupa da pessoa. “Ah, isso daí é década de 50". Quer dizer, é uma característica marcante, você logo identifica.

* Fim da pausa

O Nascimento da Mulher Vitrola
Do blog para o mundo da moda

No princípio, existia o Smack. “Criado de supetão. Mas o domínio expirou e eu fiquei sem blog”. Algum tempo depois, Renata decidiu criar uma página pessoal “diferente”, com tendências feministas. “Com os meus desabefes, histórias do cotidiano e de outras pessoas. A idéia era que as pessoas me mandassem e-mails e eu daria minha opinião sobre o que elas contassem.” No entanto, apesar de definida a abordagem, ainda não havia um título.

- Queria um nome em português, simples e que refletisse um pouco da minha personalidade. A primeira definição é que teria a palavra “mulher”. A segunda palavra teria que me representar... Foi quando lembrei que durante a minha infância, minha mãe falava assim: “você não para de falar, parece uma vitrola!” Por isso Mulher Vitrola. É a mulher que não para de falar! - diverte-se. A recepção não foi das melhores. Até hoje, muitas pessoas riem quando ouvem o título pela primeira vez. “Mas o nome pegou!”, rebate Renata.

Em paralelo à criação do blog, Renata passou a produzir e vender para conhecidos acessórios para o cabelo, bijuterias e bolsas com estampas de pequenos corações, cerejas, bolinhas e listras, em tons pastéis e muito rosa, com a intenção de “gerar uma grana extra”. Mais tarde, Rê observa que muitas pessoas começam a vender produtos através do Flickr, de fotologs e ela se interessa em expandir os negócios. As mercadorias eram a princípio expostas com o nome de Keyko Arte. Ainda bem que não demorou muito para os clientes-leitores condensarem o nome do blog e da loja virtual em um só. “Estava ficando muito desorganizado e resolvi juntar. Encaixou perfeitamente.”, comemora. O casamento não podia ser melhor: a pegada retrô das peças e o layout pin-up do blog são bastante harmônicos, apesar da nítida separação que Renata define entre a loja virtual e o espaço dos “desabefes”.

- As pessoas conseguem separar a loja virtual do site. Não são dependentes um do outro. O que existe é a Mulher Vitrola. O blog se tornou uma extensão dessa marca. - Apesar de não ter migrado para o mundo real, a loja já está completa. “Tenho-a toda montada em minha mente”, sonha a blogueira, que vende algumas das peças no estúdio “Supermarcados”, em Caxias, e através de encomendas por Flickr e Orkut.

Como loja virtual, a Mulher Vitrola expressa a moda de Renata Keyko. Como blog, é o espaço do cotidiano, de exposição do lado pessoal. Apesar de não conter comentários sobre histórias alheias como previa a idéia inicial, os “desabefes” da Vitrola continuam. “Tem muita nostalgia. São coisas que eu estou sentindo no momento, alguma música que eu tenha gostado... é muito pessoal, é a minha cara”. E define:

- Eu sou totalmente Mulher Vitrola.

Web-pitacos sobre o mundo da moda e temas afins
(ou o outro-mesmo-lado da Mulher Vitrola)

Recapitulando:

* Renata gosta de arte.
- Sou muito voltada para a expressão artística, isso me prende muito. Eu paro na rua para admirar quando vejo qualquer coisa que envolva arte, tenho paixão.

* Também gosta de internet.
- Tenho muita vontade de trabalhar na área de moda e computação. Tanto que o curso de webdesign veio do meu interesse por ferramentas da Internet, embora eu já tivesse alguns conhecimentos básicos que aprendi sozinha.

A união de interesses e habilidades, aliada ao autodidatismo, a levaram a criar o blog Ai Meu Dior!, que faz uma crítica bem-humorada sobre a moda dos famosos. “Quando um famoso saía na mídia com alguma roupa que chamasse minha atenção, eu amava ou odiava excessivamente”, conta Renata Keyko, explicando que o site está bastante desatualizado. “Quase ninguém conhece e eu tenho uma dificuldade absurda em matar meus blogs”, ri.

A atuação bloguística de Renata Keyko tem sido recompensada com convites para colaboradora em blogs de marcas reconhecidas vinculadas à moda, como a Ilhabela e a Capricho. O projeto de relacionamento com consumidoras Queens Ilhabela, desenvolvido pela empresa de sandálias vinculada à Grendene, selecionou meninas de todo o país para contribuir com o Blog das Queens no site http://www.universoilhabela.com.br/. A princípio, apenas 100 garotas foram convidadas a participar do projeto, que teve início em 2008. Renata estava entre elas e representou a marca, como Fashion Hunter, em um evento da revista Capricho chamado NoCapricho, realizado no Rio de Janeiro em julho do mesmo ano. [Nota do GCC: Cinthia Pascueto, autora deste post, também faz parte do projeto Queens e conheceu Renata durante este mesmo evento. Foi “Repórter Illhabela”].



Não por acaso, foi também selecionada para participar, ao longo de 2009, de um projeto da revista Capricho chamado “Tudo de Blog”, no qual 30 blogueiras são selecionadas para escrever a cada quinzena sobre um assunto especificado pela revista sobre atualidades, moda, comportamento, entre outros. As três melhores de cada período são publicadas. “As pessoas perguntam até se eu não saio da internet... mas eu faço outras coisas também”, brinca Renata.

O que cabe no Guarda-Chuva da Mulher Vitrola?

MV - FFFFound - é um site que eu gosto muito e visito sempre, um refúgio toda vez que não tenho inspiração. É de imagens e sempre tem muita coisa bacana. Você encontra ali imagens de todo tipo: voltado para o retrô, para o moderno... Está no topo dos meus favoritos.